Plano prevê 20% de economia da água, diz Francisco Teixeira


(Foto: reprodução Internet)

Um Plano de Contingência e Otimização da Oferta de Água para a Região Metropolitana de Fortaleza, em elaboração, vai buscar a economia de 20% do volume de água consumida. A informação é do secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, que esteve ontem na Assembleia Legislativa para apresentar ações que o governo estadual vem implementando. Para atravessar os cinco anos de seca, Teixeira disse que a Secretaria vem trabalhando em ações emergenciais para atender às demandas de todos os municípios. Entre as medidas, Teixeira destacou as adutoras de montagem rápida, instalação de poços profundos, serviços de carros-pipa, campanhas de uso racional da água, aplicações de multa para excessos, além de ações estruturantes. “Em 2015, construímos 180 km de novas adutoras e ainda terminamos 130 km do Governo passado, utilizando cerca de R$ 56 milhões. Em 2016, estamos na luta para construir 214 km, chegando a 1.000 km de adutoras de montagem rápida, usando mais R$ 43 milhões que nos foram prometidos pelo Ministério da Integração Nacional”, salientou o secretário.

Racionamento
Segundo o secretário, a redução na pressão da água que é fornecida para Fortaleza e Região Metropolitana deverá durar até março de 2017. A partir do dia 2 de julho, e até lá, serão dias alternados com vazões baixas e algumas intervenções, em bairros considerados mais críticos, com a implementação de chafarizes e poços. “Temos possibilidade de aporte em janeiro e fevereiro. Se tiver um aporte bom, a gente já pode arrefecer um pouco a restrição em fevereiro. Mas o horizonte é março, quando há um aporte maior”, afirmou Teixeira.

O secretário ainda classificou a atual década como uma das mais secas que o Estado já viveu, lembrando que os volumes dos reservatórios de água variam de acordo com as chuvas. Ainda de acordo com ele, o Ceará está vivendo o momento de maior ciclo de aporte abaixo da média dos seus reservatórios, com apenas 12,5% de reservas hídricas. Já o presidente da Funceme, Eduardo Sávio, informou que as precipitações de todas as regiões do Estado estão abaixo da média de chuvas, por conta da variabilidade do clima. “Tivemos ainda um bom período chuvoso nos primeiros meses, mas não foi o suficiente para os reservatórios do Estado”, acrescentou.

Cagece
O presidente da Cagece, Neuri Freitas, apresentou algumas ações que vêm sendo realizadas em parceria com outras empresas afins para minimizar os efeitos da estiagem. Ele mencionou que poços têm sido perfurados, e muitos carros-pipa utilizados nos municípios mais necessitados. “Para a instalação de poços, adutoras de montagem rápida e eletrificação desses poços, temos empregado mais de R$ 20 milhões para garantir essas atividades”, disse.

Em relação à Região Metropolitana, Freitas disse que a Cagece está se programando sobre as ações que deverão ser implementadas. “Estamos pensando num plano para esse momento para controlar de tal forma que todos sejam abastecidos. Esse plano será apresentado às agências reguladoras”, afirmou.

Debate
Mais cedo, em sessão plenária, o deputado Doutor Santana apontou a necessidade de ações para se conviver com a seca, que ocorre no Ceará sempre em episódios cíclicos. O parlamentar ressaltou que as águas da Transposição tem previsão de chegar nos próximos dois meses e serão distribuídas pelo Cinturão das Águas (CAC), que visa aumentar a garantia do abastecimento humano da segunda região mais populosa do Estado, beneficiando mais de 700 mil habitantes. Segundo ele, o trecho tem 154,24 quilômetros de extensão e custará R$ 1,86 bilhão. Entre os municípios contemplados, mencionou Jati, Brejo Santo, Juazeiro do Norte e Várzea Alegre.

Educativo
Dr. Santana enalteceu a medida adotada pelo Governo de reduzir o consumo de água em Fortaleza a partir de julho, defendendo o apoio da população, que deve fazer a sua parte, não desperdiçando água. Para o petista, “a medida tem um cunho educativo.” O deputado Ely Aguiar (PSDC) enalteceu a iniciativa do Governo como a melhor possível, mas também defendeu a conscientização da população. O parlamentar reclamou da atuação da Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece), que “precisa se engajar”. Segundo ele, quando a companhia é notificada de algum problema, como um vazamento, demora a atender. “É necessário que o Governo, nessa medida que vai adotar, exija que a Cagece participe e atenda os reclames”.

Fonte: O Estado