Paulo Bernardo. Foto: André Dusek/Estadão |
A Operação deflagrada na manhã desta quinta-feira, 23, pela Polícia
Federal, na qual Paulo Bernardo, ex-ministro do governo Lula, foi alvo
de mandado de prisão, foi batizada de 'Custo Brasil'.
A ação
da PF, feita em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita
Federal do Brasil, apura o pagamento de propinas, provenientes de
contratos de prestação de serviços de informática, na ordem de R$ 100
milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários
públicos e agentes públicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão (MPOG).
Segundo a PF, estão sendo cumpridos 11
mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14
mandados de condução coercitiva nos Estados de São Paulo, Paraná, Rio
Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal, todos expedidos, a pedido
da Federal, pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo.
Há
indícios, de acordo com a PF, de que o Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão direcionou a contratação de uma empresa de prestação
de serviços de tecnologia e informática para a gestão do crédito
consignado na folha de pagamento de funcionários públicos federais com
bancos privados, interessados na concessão de crédito consignado. "Segundo
apurou-se, 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a
pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com
influência no MPOG por meio de outros contratos - fictícios ou
simulados", afirma a PF em nota.
O inquérito policial foi
instaurado em dezembro de 2015, após a decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) para que a documentação arrecadada na 18ª fase da Lava
Jato, conhecida como Pixuleco II, fosse encaminhada para investigação em
São Paulo. Os investigados responderão, de acordo com suas
ações, pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa,
corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com
penas de dois a 12 anos de prisão.
Os presos e o material
apreendido na ação serão encaminhados à sede da Polícia Federal em São
Paulo. As pessoas conduzidas de forma coercitiva serão ouvidas nas
instalações da PF mais próximas dos locais em que forem encontradas.
Fonte: O Estadão
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