Imagine você chegar em uma banquinha de picolé
e não encontrar o vendedor. Qual seria a sua reação? O que parece improvável já
é realidade em um condomínio no município do Eusébio, na Região Metropolitana
de Fortaleza.
Há 151 famílias morando no Jardins Ibiza
Condomínio Horizontal. O seu diferencial é de fortalecer o relacionamento entre
os moradores e estimular ações sociais, como a venda de picolés sem vendedor.
Com um pequeno aviso, a venda foi iniciada no
mês de maio. O grupo de moradores comprou 400 picolés e os colocou no freezer,
na área social do empreendimento. O preço de cada picolé é R$ 2 e não é dado
troco. Ou o cliente paga o valor exato ou se organiza para compensar depois. Do lucro líquido, 20% é destinado para
doação a uma instituição social do Eusébio. Não há nenhuma espécie de
fiscalização, nem câmera nem funcionários. “A diretoria começou a discutir esse
projeto e uma moradora, que é proprietária de uma empresa de sorvete e picolés,
comprou a ideia conosco. Ela cedeu o freezer e compramos os picolés”, explica a
moradora Germana Vasconcellos. Na primeira venda, havia 200 picolés
disponíveis. Toda essa quantidade foi consumida em apenas dois dias. Todavia, 23
picolés não foram pagos.
Na segunda venda, novamente foram
disponibilizado 200 picolés. Destes, 54 não foram pagos. Então os
organizadores decidiram modificar o cartaz e conversar com os grupos pedindo
colaboração. No dia seguinte, foram disponibilizados 400 picolés e 23 deles
não foram pagos. “Nessa perda foi pequena, embora saibamos que não é pra
ter nenhuma”, ressalta Germana Vasconcellos.
Solidariedade
Entre as doações, o grupo também arrecadou
leite em pó para uma associação de menores do Eusébio e doou brinquedos e leite
para a instituição Casa do Sol Nascente. O projeto é tocado pela
administração do condomínio, mas a ação é coletiva. Todos os moradores
estão unidos abraçando a ideia e estimulando. As crianças são as mais
interessadas no produto. Entre as abordagens, os adultos estabeleceram que caso
uma criança seja flagrada consumindo um picolé sem pagar, o adulto iria
orientar, sem constranger. Todavia, o grupo constatou que as crianças são as
mais preocupadas em pagar.
“Teve um, de uns 6 anos, que foi pegar sozinho e voltou triste porque colocou primeiro o dinheiro na urna e só depois abriu o freezer. E já tinha acabado, aí o pai falou no grupo morrendo de pena. Graças a Deus eu tinha um picolé aqui em casa e ele veio pegar”, registra Germana.
“Teve um, de uns 6 anos, que foi pegar sozinho e voltou triste porque colocou primeiro o dinheiro na urna e só depois abriu o freezer. E já tinha acabado, aí o pai falou no grupo morrendo de pena. Graças a Deus eu tinha um picolé aqui em casa e ele veio pegar”, registra Germana.
Fonte: Tribuna do Ceará
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