Foto: Agência Brasil |
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu denúncia contra o deputado
José Guimarães (PT-CE), líder da minoria na Câmara, e contra o ex-vereador Alexandre
Romano, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além da condenação de
Guimarães e Romano, Janot pede a reparação dos valores desviados pela prática de
corrupção e a perda de cargo público do deputado. José Guimarães nega acusações e diz ter 'consciência tranquila'
A denúncia foi oferecida no último dia 5 ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas tornou-se
pública nesta terça-feira (20), após o ministro relator, Luiz Edson Fachin, retirar o
sigilo do caso. Fachin decidiu ainda que apenas a denúncia relativa a Guimarães
permanecerá no STF, já que o deputado tem foro privilegiado. A acusação contra
Alexandre Romano será remetida para a justiça de primeiro grau
No final
de novembro, a Polícia Federal (PF) finalizou
inquérito sobre o caso envolvendo Guimarães e concluiu que o deputado recebeu
propina de Romano, no valor de R$ 97,7 mil, em troca de uma intervenção junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Segundo a PGR, os
valores vieram como pagamento por um financiamento
do banco concedido à Engevix.
"Por sua atuação no auxílio da liberação dos valores, Alexandre Romano recebeu, por volta de agosto de 2011, o montante de R$ 1.000.000,00
(um milhão de reais) a título de 'comissão', de forma disfarçada", escreveu Janot. "Deste montante, repassou para o Deputado José
Guimarães aproximadamente 10% pela ajuda no contato com Roberto Smith, que possibilitou a liberação do financiamento,
totalizando R$
97.761,00", escreveu o procurador-geral. O repasse a Guimarães teria sido realizado, segundo a acusação, por pagamentos de dívidas do
deputado.
A investigação teve início com a delação de Alexandre Romano, conhecido como "Chambinho". Segundo a Procuradoria-Geral da República,
Guimarães indicou e também dava sustentação política a Roberto Smith na presidência do Banco do Nordeste do Brasil, tendo "grande
inuência"
nas decisões da instituição nanceira.
Por isso, Romano, representando interesses da Engevix, procurou Guimarães em 2010 para
falar sobre o empréstimo à empresa.
Fonte: Diário do Nordeste
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