Avião é do mesmo modelo que este, fotografado em janeiro de 2001 |
Um avião militar russo que seguia para a Síria caiu no mar Negro com 92 pessoas a bordo, segundo informações do Ministério da Defesa da Rússia. Não há sobreviventes.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a formação de uma comissão
de investigação liderada pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev para
determinar as causas do incidente. O chefe de Estado expressou "suas
mais profundas condolências" aos parentes das vítimas.
O Tupolev
Tu-154 decolou às 5h40 (00h40 no horário de Brasília) da cidade de
Adler, ao sul do balneário de Sochi, no Mar Negro, com destino à base
aérea de Hmeimim, perto de Latakia, no noroeste da Síria, de acordo com o
Ministério da Defesa citado por agências de notícias locais.
Segundo as autoridades russas responsáveis pelas investigações, a
aeronave havia feito escala em Sochi para reabastecimento. As equipes de
resgate encontraram um primeiro corpo a seis quilômetros da costa de
Sochi, indicou a essas agências o porta-voz do Ministério da Defesa,
Igor Konachenkov.
Vítimas
A lista de passageiros publicada pelo ministério inclui 64 membros do
Conjunto Alexandrov, conhecido durante suas viagens ao exterior como o
coro do Exército Vermelho, oito militares, entre eles o diretor do
Conjunto Valeri Khakhilov, oito tripulantes, nove jornalistas, dois
funcionários civis e a diretora de uma organização de caridade
respeitada na Rússia, Elizaveta Glinka.
Esta última, conhecida
como "Doutora Liza", levava medicamentos para o Hospital Universitário
de Latakia, segundo o diretor do Conselho dos Direitos Humanos para o
Kremlin, Mikhail Fedotov, em comunicado citado pela agência de notícias
Interfax.
"Esperamos por um milagre até o fim", disse ele, lembrando que era ela "amada por todos". Os canais de televisão Pervy Kanal, NTV e Zvezda indicaram ter cada um três funcionários a bordo do avião.
Investigação criminal
Uma investigação criminal foi aberta para determinar se violações das
regras de segurança da aviação provocaram o acidente, indicou o Comitê
de Investigação da Rússia, órgão responsável pelas investigações mais
importantes do país. Os investigadores estão interrogando os técnicos que prepararam a aeronave para decolar, segundo a mesma fonte. O Ministério da Defesa também enviou uma comissão chefiada por um vice-ministro, Pavel Popov, de acordo com seu porta-voz.
Além disso, Putin pediu ao primeiro-ministro Medvedev para "formar e
dirigir uma comissão do governo para investigar a queda do Tu-154",
indicou o Kremlin em um comunicado.
Histórico
Vários
Tu-154, uma aeronave de concepção soviética, sofreram acidentes no
passado. Em abril de 2010, uma aeronave deste tipo transportando 96
pessoas, incluindo o presidente Lech Kaczynski e autoridades polonesas
caiu ao tentar pousar perto de Smolensk (oeste da Rússia) e todos os
seus ocupantes morreram.
A Rússia conduz desde setembro de 2015
uma campanha militar na Síria em apoio ao regime do presidente sírio
Bashar al-Assad, um aliado de longa data.
Cerca de 4.300 militares russos estão mobilizados na Síria, e a Rússia continua a reforçar a sua presença militar no país.
Na sexta-feira, Vladimir Putin ordenou a expansão de suas instalações
portuárias de Tartus, no noroeste da Síria, que deverá tornar-se uma
base naval russa permanente no país assolado por um conflito sangrento
desde 2011.
(Com EFE e AFP)
Fonte: UOL, São Paulo
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