Os primeiros
testes em Fortaleza da vacina brasileira contra a dengue começam a partir da
próxima segunda-feira, dia 25. No lançamento, o Núcleo de Medicina Tropical da
Universidade Federal do Ceará (UFC), que conduzirá o experimento local, fará a
aplicação da dose única, subcutânea, em dez voluntários. No total, 1.200
pessoas na Capital cearense deverão participar do estudo.
Esta será a
Fase 3 do projeto e avalia exatamente a eficácia da vacina. Nas fases
anteriores, iniciadas desde 2008, já foi injetada em 900 humanos - 600 na Fase
1 e 300 na Fase 2. Agora, os voluntários passam a ser monitorados pelos
próximos cinco anos. O Instituto Butantan, órgão de pesquisa médica do governo
de São Paulo, é o desenvolvedor da vacina e tem anunciado nesta etapa a
eficácia de 80% contra o vírus da dengue.
Será a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após esta etapa, que poderá
autorizar a produção da vacina em larga escala. O prazo protocolar de análise é
de cinco anos, mas o quadro epidêmico no País pode antecipar as avaliações. Em
janeiro deste ano, em entrevista ao O POVO, o vice-presidente do Butantan,
Marcelo de Franco, chegou a estimar o início da produção já para 2017, com meta
de 60 milhões de doses/ano.
A imunização,
segundo o infectologista Ivo Castelo Branco, que coordena os estudos em
Fortaleza, agirá contra os quatro sorotipos da dengue. “É uma vacina que tem
poder de imunização superior às que existem no momento e em apenas uma
dosagem”, diz o pesquisador.
A comparação é
direta à Dengvaxia, nome da vacina do laboratório francês Sanofi/Pasteur, que
tem apresentado eficácia de 65% e é aplicada em três doses (a cada seis meses).
Ela foi autorizada para comercialização no Brasil no fim de 2015. O POVO ligou
para duas clínicas particulares de vacinação de Fortaleza e a previsão é de que
chegue dentro de dois meses. Ainda não há preço definido Em outros Estados, tem
custado 20 euros em média (R$ 72,5).
O mesmo teste
da vacina brasileira contra a dengue será feito em 14 centros de pesquisa
credenciados no Brasil, de 13 Estados. Já foi iniciado em duas unidades médicas
de São Paulo, desde fevereiro, em Manaus, em Boa Vista e, hoje pela manhã,
inicia a testagem em Porto Velho. Fortaleza é a primeira cidade no Nordeste a
participar. As próximas serão Recife e Aracaju. No Brasil, serão 17 mil
voluntários.
Inscrição
de voluntários
O
Núcleo de Medicina Tropical inclusive receberá inscrição de quem queira se
voluntariar aos testes – até atingir a cota de 1.200 pessoas. O critério é ter
entre dois e 59 anos, ser saudável, já ter sido ou não acometido pela dengue. A
participação é confirmada num termo de responsabilidade. A UFC atenderá aos
interessados por telefone ou email.
A vacina em
teste não é aplicada em grávidas, mães amamentando e pessoas com
fenilcetonúria. Essa doença é congênita, detectável no teste do pezinho - afeta
a produção de uma enzima no fígado que pode levar a danos cerebrais.
A vacina
brasileira não tem atuação sobre zika e chikungunya, que como a dengue são as
doenças em quadro epidêmico no País transmitidas pelo Aedes aegypti. Os
voluntários cearenses serão vacinados e acompanhados na Unidade de Pesquisa
Clínica da UFC, ao lado do Hospital Walter Cantídio.
Saiba mais
Previsão era março Os testes em Fortaleza da vacina brasileira contra a dengue estavam previstos para começar março deste ano.
Freezers especiais Um dos motivos do atraso de quatro meses, segundo o coordenador dos testes, infectologista Ivo Castelo Branco, foi a compra dos freezers especiais usados para acondicionar as vacinas.
De navio A empresa inicialmente contratada para fornecer os refrigeradores fechou. Houve nova compra, na Europa, e os equipamentos só puderam vir para o Brasil de navio.
Previsão era março Os testes em Fortaleza da vacina brasileira contra a dengue estavam previstos para começar março deste ano.
Freezers especiais Um dos motivos do atraso de quatro meses, segundo o coordenador dos testes, infectologista Ivo Castelo Branco, foi a compra dos freezers especiais usados para acondicionar as vacinas.
De navio A empresa inicialmente contratada para fornecer os refrigeradores fechou. Houve nova compra, na Europa, e os equipamentos só puderam vir para o Brasil de navio.
Fonte: O Povo Online
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