O presidente da Rússia, Vladimir Putin sancionou na última
quinta-feira (7), um "pacote de medidas de combate ao terrorismo" que
contém várias disposições que levantaram preocupações entre os cristãos,
incluindo a
exigência de que os evangélicos façam o requerimento de uma
"autorização do governo" para compartilhar sua fé com outras pessoas.
O projeto de lei da parlamentar Irina Yarovaya - que acabou sendo
apelidado com o sobrenome de sua própria autora - teria como propósito
"proteger os cidadãos dos terroristas no país e punir severamente
aqueles que estejam financiando ou auxiliando o terrorismo".
No entanto, para além dos requisitos sobre registos telefônicos e
criptografia de dados on-line, as medidas também incluem procedimentos
que podem afetar a atividade missionária em toda a Rússia. Qualquer
pregação, atividade evangelística de quaisquer pessoas que desejam
compartilhar sua fé com os outros, deve primeiro receber uma autorização
do governo por meio de uma organização religiosa registrada.
"Mesmo em uma casa particular, a adoração e a oração só serão
permitidas se não houver incrédulos presentes", descreve a organização
cristão 'Fundo Barnabé'. "As igrejas também serão consideradas
responsáveis pelas atividades de seus membros. Assim, se, por exemplo,
um membro da igreja mencionar sua fé em uma conversa com um colega de
trabalho, não só o membro da igreja, mas também a própria igreja dele
poderão ser punidos ..."
Os infratores podem ser multados em até 780 dólares (para o
indivíduo) ou 15.500 dólares (para uma organização). Os missionários
estrangeiros poderão enfrentar a deportação, caso violem a lei e / ou
falem em igrejas sem uma autorização do governo.
"Isso pode parar a atividade missionária de qualquer pessoa, exceto
os representantes, organizações e grupos registrados. Será necessário
que todo missionário tenha documentos com informações específicas,
provando ligações a um grupo religioso registrado pelo governo", disse
Joel Griffith da Associação Evangelística 'Slavic' à agência 'Mission
Network News'.
Vários líderes evangélicos escreveram uma carta a Putin, após a lei
ter sido aprovada na Câmara, expressando suas preocupações sobre as
possíveis ramificações da legislação, que eles acreditam que é uma
violação dos seus direitos de liberdade religiosa.
"[Conforme a lei] É obrigação de cada crente, ter uma autorização
especial para compartilhar suas crenças, bem como distribuir literaturas
e materiais religiosos fora dos locais de culto e estruturas
utilizadas. Isso não é só absurdo e ofensivo, mas também cria uma base
para a perseguição em massa de crentes, pela violação dessas
disposições", afirma a carta.
O Fundo Barnabé acredita que a lei é simplesmente está "usando a
desculpa da legislação anti-terrorista para reprimir quaisquer outras
igrejas que não sejam filiadas à Igreja Ortodoxa Russa - que está
intimamente ligada ao nacionalismo russo".
Griffith diz que, neste ponto, não há como dizer como a lei será
aplicada. Os cristãos estão orando para que o texto da legislação seja
alterada ou que ela revogada.
Fonte: Guiame, com informações do Christian News
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