No primeiro dia de greve dos professores da rede estadual de ensino, o Sindicato Apeoc (Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais Ceará) estima que mais de 50% da categoria aderiram à paralisação. Segundo o vice-presidente da entidade, Reginaldo Pinheiro, ainda não há o balanço final, “mas a percepção é de que o índice é elevado.
Temos mais de 50%, e a tendência é aumentar. Não temos dados do interior, mas nos grandes centros, os professores estão parando. Mais de 50% encerraram as atividades. Temos uma agenda de reunião com os pais e estudantes”, explicou o professor que visitou, ontem, a Escola Jenny Gomes para conversar com os alunos.
Conforme o sindicato, a greve foi deflagrada após as negociações com o Governo do Estado não avançarem na definição do reajuste geral do servidores de 2016. A categoria afirma que data-base, que é 1º de janeiro, não foi respeitada. Os servidores reivindicam um aumento de 12,67% (10,67% de reposição da inflação de 2015 e 2% de ganho real). O Governo do Estado sinalizou que anunciará o possível reajuste no dia 6 de junho.
Além do reajuste salarial, Reginaldo Pinheiro afirmou que os professores reivindicam, ainda, melhores condições de estudo e de trabalho nas escolas e pelo fim da burocracia para a liberação de verbas para as escolas. “O recurso está disponível e não chega à escola. Isso tem impactado, pois geralmente se vê irregularidades na alimentação escolar, no funcionamento das escolas, na questão estrutural. Também criticamos o fim do cargo de professor coordenador de área (PCA)”, enumerou o vice-presidente do Sindicato Apeoc.
Outra questão apontada por Pinheiro é a limitação de afastamento para o professor que quer estudar. “A lei não restringe, mas saiu portaria que vai contra o Plano Nacional de Educação e que limita o afastamento para mestrado e doutorado. Não é só reajuste, pedimos o aumento do financiamento da educação pública, queremos que o Governo do Estado priorize aumentando o investimento para a educação. O Governo faz a fala da crise econômica, porém falta mais transparência”, criticou.
Na quinta-feira (28), está previsto um ato público no Palácio da Abolição, às 9 horas.
Resposta
O Governo do Estado, em nota, afirmou que está em permanente diálogo com os representantes dos profissionais do magistério. Segundo o Governo, dando sequência aos diversos encontros para tratar da valorização dos professores, a comissão de negociação, composta por representantes das secretarias da Educação (Seduc) e do Planejamento e Gestão (Seplag), esteve reunida terça-feira (19), com o Sindicato Apeoc.
“O Governo lembrou que o Ceará vem honrando todos os compromissos assumidos com todas as categorias, sobretudo com os professores. Sobre a reivindicação de reajuste, há recursos específicos para a valorização da remuneração dos profissionais do magistério. Uma posição a respeito está prevista para divulgação no dia 6 de junho. Com relação aos demais pontos da pauta, o Governo apresentou propostas e informações à categoria sobre cada um dos itens reivindicados. As negociações irão continuar”.
Fonte: O Estado
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