Câmara Federal conclui votação de socorro a estados

O plenário da Câmara dos Deputados concluiu nesta quarta-feira (10) a votação do projeto de socorro aos Estados em calamidade financeira. A medida segue, agora, para análise do Senado. O texto-base havia sido aprovado no dia 18 de abril, mas restava a análise dos chamados “destaques” -propostas de alteração da medida.

Devido à resistência da oposição, contrária às contrapartidas exigidas dos Estados pelo governo, a votação do projeto vinha sendo adiada havia meses.

O Rio de Janeiro é o primeiro da fila de interessados no socorro. O Estado vive um quadro de descalabro nas finanças e na administração, com contas bloqueadas pela União, pagamento de salário do funcionalismo atrasado e faturas vencidas.

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) se reuniu várias vezes com o ministro Henrique Meireles (Fazenda) e acompanhou as votações na Câmara. Nesta quarta, esteve novamente no plenário.

O programa de socorro permite que Estados em calamidade financeira deixem de pagar a dívida com a União e com os bancos estatais por três anos. Mas, como contrapartida, eles têm que entregar um rigoroso ajuste fiscal, que prevê privatização de estatais e congelamento de salários de servidores.

Derrota
Apesar da aprovação, o governo sofreu uma derrota com a derrubada, há algumas semanas, do aumento da contribuição previdenciária dos servidores, de 11% para no mínimo 14%, como condição para a ajuda aos Estados em calamidade financeira. O governo pretende restabelecer essa medida no Senado. Se não conseguir, pode não fechar o acordo com os Estados após a sanção da lei.
Na votação desta quarta foram aprovadas duas alterações, uma que preserva recursos típicos do Poder Judiciário, como verba de cartórios, e outra que permite a inclusão de outras dívidas estaduais e municipais na renegociação com o governo federal. A mudança beneficia principalmente Goiás e a cidade de São Paulo. A capital tem R$ 1,2 bilhão em dívidas que se enquadram na emenda e que deverão ser renegociadas em condições mais favoráveis do que as atuais.

Pelo texto original, só as dívidas de 1997 e as contraídas com determinadas linhas do BNDES, como a de investimentos feitos para a Copa, tinham sido contempladas. Com a alteração, dívidas de 1993, dos Estados com o FGTS, também podem ser refinanciadas com prazo maior. Após o resultado, o governador do Rio afirmou que a proposta deve ser votada e aprovada pelo Senado já na próxima terça-feira (16).

Fonte: O Estado CE