Com Alisson, Brasil precisa vencer Haiti

Danilo Lavieri e Guilherme Palenzuela
Se fosse há alguns anos ter um confronto entre seleção brasileira e o Haiti era motivo de expectativa de uma sonora goleada, um massacre daqueles, um show do famoso ‘futebol arte’ canarinho. Porém, os tempos mudaram, o universo do futebol é outro, os haitianos já não são tão ‘bobos’ assim, muito menos os brasileiros são a potência temida de outrora. Nesses moldes que Brasil e Haiti se encontram pela segunda rodada da Copa América, às 20h30, no Florida Citrus Bowl. Os pentacampeões têm um ponto apenas – empatou com o Equador na estreia – enquanto o adversário ainda busca sair do zero na classificação após perderem para o Peru por 1 a 0.

O futebol de baixíssima qualidade apresentado na primeira rodada deixou a credibilidade da Seleção em todos os segmentos ainda mais abalada. Falta de padrão tático, escolhas questionáveis, pouquíssima criatividade, entre outros tantos destaques negativos fazem o técnico Dunga, que anda longe de ser unanimidade, balançar no cargo que ocupa pela segunda vez. Um fracasso no torneio disputado nos Estados Unidos pode selar o fim, mais uma vez, da ‘Era Dunga’ pela Seleção.

Alisson continua
O ex-goleiro do Internacional vinha fazendo boas apresentações com a camisa verde e amarela, demonstrando segurança e frieza. Entretanto, Alisson jamais foi consenso entre os torcedores em geral. No duelo contra os equatorianos, um lance pôs em xeque a condição de titular do camisa 1. Um frango homérico oriundo de um arremate absolutamente despretensioso, que só não decretou o révés canarinho porque a arbitragem, erradamente, invalidou o lance alegando que a bola teria saído. Jefferson, do Botafogo, falhou no passado e foi esquecido pelo técnico. Mas Alisson parece gozar de prestígio com Dunga.

Perguntado em sua entrevista coletiva sobre a possível saída do atual arqueiro do Brasil do onze titular, o comandante fez questão de bancá-lo, apesar das críticas. “Sobre o Alisson, o que posso dizer que é eu, como treinador, como líder, preciso passar confiança a todos os meus jogadores, o erro faz parte do jogo, faz parte da vida. Se ninguém errasse ninguém ganharia jogo nenhum. Tem de levantar a cabeça e pensar no próximo jogo”, explicou Dunga.

Dando trabalho
Foram inúmeros cortes na lista inicial para a Copa América e com isso o trabalho da comissão técnica foi ficando ainda mais difícil – como se já não bastasse a pressão natural pelos bons resultados –, Dunga falou sobre as complicações para montar o grupo. “Sem dúvida, o mundo evolui, essa competição, essa passagem está dando muito trabalho para gente fazer nosso trabalho, então a gente tem se concentrado muito, tem buscado conversar com todas as partes pra poder chegar ao melhor possível, mas, sem dúvida nenhuma em todos os aspectos é onde se tem mais trabalho desde que assumi”, confessou.

As reclamações do treinador não pararam. Dunga lamentou o fato de não poder fazer um trabalho de conhecimento e adaptação do gramado do Citrus Bowl, estádio que conta com gramado sintético em um piso inferior e rolos de grama natural por cima. “Foi passado pra gente que tem um rolo de gramado para transformar de sintético para natural. Tecnicamente, seria importante a gente treinar por lá, para conhecer, mas entendemos a questão de regulamento”. O estádio sediou a vitória do Panamá sobre a Bolívia por 1 a 0 e, como prevê o quadro de regras da Copa América, o campo precisa ter pelo menos 24 horas de “descanso” visando à recuperação do piso.

FICHA TÉCNICA

Brasil: Alisson; Dani Alves, Gil, Marquinhos e Filipe Luis; Casemiro, Elias e Renato Augusto; Willian, Coutinho e Jonas. Técnico: Dunga.

Haití:
J. Placide; R. Goreux, R. Genevois, J. Mechack e Kim Jaggy; J. Marcelin, Max Hilaire, K. Lafrance e J. Louis; W.D. Guerrier e D. Nazon. Técnico: Patrice Neveu.

Fonte: O Estado CE